segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Passaporte Verde orienta viajantes sobre como se divertir sem prejudicar o meio ambiente


SOPHIA GEBRIM

Um novo tipo de viagem vem ganhando espaço na agenda global, principalmente neste período de fim de ano e férias: o turismo sustentável. Além de gerar emprego e renda, benefícios sociais e preservar o meio ambiente, as práticas do turista sustentável vão desde o planejamento até o meio de transporte utilizado. Para orientar e dar informações sobre esse novo modelo de turismo, o Ministério do Meio Ambiente orienta e esclarece dúvidas com a campanha Passaporte Verde.

Trata-se de um guia, disponível na maioria dos pontos turísticos e rede hoteleira brasileira, com detalhes, informações e orientações sobre o turismo sustentável, atividade que respeita o meio ambiente, favorece a economia local e o desenvolvimento social e econômico das comunidades. A publicação é resultado da força-tarefa internacional para o desenvolvimento do turismo sustentável. No Brasil, a campanha é coordenada pelos ministérios do Meio Ambiente e do Turismo, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). 

“Ao escolher seu destino, o turista deve certificar-se que o local oferece meios de transporte, acomodações e tratamento de lixo e esgoto adequados”, destaca o gerente de Projetos da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável (SEDR) do Ministério do Meio Ambiente, Allan Milhomens. Para isso, deve preferir acomodações que tenham equipamentos eficientes e que permitam o uso racional da energia e da água e priorize o serviço de guias e condutores integrantes das comunidades locais. Além de preocupe-se com as emissões de gás carbônico dos meios de transporte que utiliza. 

CULTURA E TRADIÇÃO

Após escolher o destino, o turista deve buscar informações sobre a região a ser visitada, cultura e tradição do seu povo, o que garantirá uma melhor convivência durante a sua permanência no local. Outra dica é buscar conhecer as Unidades de Conservação que permitem visitação, como parques, áreas de proteção ambiental, reservas de desenvolvimento sustentável, reservas particulares, entre outras. Conforme destaca o coordenador da SEDR, o interesse pelo contato com ambientes naturais favorece o trabalho de conservação desses espaços.

Ao fazer a mala, o turista deve pensar no que deve levar, já que a quantidade de itens na bagagem aumenta o impacto da viagem, devido às emissões de gás carbônico e lixo que gera. Uma alternativa é tentar não levar de casa nada que possa encontrar no destino final ou comprar produtos de higiene ou alimentos nos mercados locais. “Sem contar que ao tomar essas atitudes, o turista estará contribuindo com a geração de empregos e aumentando a renda dos moradores”, destaca o representante do MMA. Ele alerta, ainda, para o turista ter cuidado com pilhas, baterias e lâmpadas, pequenos objetos que contêm materiais tóxicos que contaminam a água e o solo quando descartados de forma inadequada. A dica é jamais jogar esse material no lixo comum e depositar esses itens em coletores específicos. Caso o turista não encontrar lugar adequado para depositá-los, traga-os de volta.

MENOS ESFORÇO

Embalagens são um problema para o meio ambiente em qualquer ocasião, inclusive em viagens. A orientação é retirar as mercadorias das embalagens antes de viajar. Além de produzir menos lixo, o turista deixará sua bagagem mais leve, evitar emissões durante o transporte e poupar fôlego durante caminhadas com mochila. “Caso queira levar uma embalagem cheia, traga-a vazia na volta”, orienta Allan Milhomens. Xampus e sabonetes líquidos ecologicamente corretos (biodegradáveis) já estão disponíveis. Uma alternativa é utilizá-los nas viagens e usar a menor quantidade possível. “Isso mantém as fontes de água potável, rios e mares livres de poluição”, acrescenta. Além disso, o viajante pode dar uma finalidade cultural às revistas e aos livros que terminou de ler, deixando-os na própria comunidade ou na escola local. 


Tanto para um fim de semana como para uma viagem mais longa, o turista sustentável deve escolher a acomodação que segue as mesmas práticas verdes que deveria ter na sua casa. Esses cuidados vão desde o tipo de construção até o modo como o empreendimento se relaciona com seus colaboradores e com a comunidade. No Brasil, além da rede hoteleira e das pousadas, há a opção de hospedagem na casa dos moradores locais em algumas regiões. Prefira instalações que se preocupem com a sustentabilidade nos seus serviços.

PRÁTICAS VERDES

• Incorporar os princípios socioambientais à administração e ao treinamento das pessoas, que devem ser capacitadas para exercerem atividades de modo responsável; 
• * Reduzir o consumo indireto de energia, aquele embutido na fabricação dos itens de consumo, buscando oferecer produtos naturais, especialmente vegetais, feitos na região; 
• Reduzir o impacto ambiental de novos projetos e construções, visando à preservação do cenário natural, fauna e flora, levando em consideração a cultura local na arquitetura. Materiais naturais, técnicas construtivas de baixo impacto e baixo consumo energético merecem atenção; 
• Controlar e diminuir o uso de produtos agressivos ao ambiente, como amianto, CFCs, pesticidas e materiais tóxicos, corrosivos ou inflamáveis; 
• Utilizar energias alternativas, como a solar e eólica, sempre que possível no planejamento das novas construções e instalações; 
• Consumir água com racionalidade e eficiência, por exemplo, coletar e utilizar a água da chuva quando possível; 
• Não permitir que haja qualquer vazamento de esgoto ou dejetos poluidores. 
• Evitar o uso desnecessário de água e de produtos químicos, utilizando por mais de um dia suas toalhas de banho e rosto;
• Ligar o ar condicionado, sempre com portas e janelas fechadas, e ventiladores apenas quando necessário;
• Recolher todo o lixo produzido e separar materiais recicláveis de restos orgânicos;
• Utilizar sacolas reutilizáveis de pano ou papel ao invés dos saquinhos plásticos nas compras;
• Na praia, utilizar protetor solar resistente à água para não poluir o mar e prejudicar a fauna marinha;
• Apagar as luzes e desligar os equipamentos do ambiente ao sair;
• Fechar a torneira enquanto escova os dentes. Assim, é possível gastar apenas dois litros de água ao invés de 60;
• Não retirar plantas, nem levar “lembranças” do ambiente natural para casa. Deixar pedras, flores, frutos, sementes e conchas onde foram encontradas para que outros também possam apreciá-los; 
• Não comprar animais silvestres;
• Ajudar na educação de outros visitantes, transmitindo os princípios de mínimo impacto sempre que houver oportunidade de disseminar essa atitude responsável. 

site do Min. Meio Ambiente

Turistas pagarão taxa para passar por estrada que leva a Visconde de Mauá



  • Estado também estabelecerá limite de visitantes para a região
  • Medidas devem ser estendidas futuramente para Paraty e Ilha Grande


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O Parque Estadual de Pedra Selada: estrada de acesso passará a ter cobrança de taxa no ano que vem /
Foto: Luis Felipe Cesar - 07/06/2012 / Divulgação

    O Parque Estadual de Pedra Selada: estrada de acesso passará a ter cobrança de taxa no ano que vem /Luis Felipe Cesar - 07/06/2012 / Divulgação

    RIO - Turistas que quiserem visitar as belas cachoeiras de Visconde de Mauá, no Vale do Paraíba, terão em breve que colocar a mão no bolso para conseguir passar pela principal porta de entrada da região. A Secretaria estadual de Ambiente vai instalar até o fim do primeiro semestre de 2013 um portal na rodovia RJ-163, onde passará a ser feita a cobrança de uma taxa de acesso, de R$ 5 por pessoa. Ainda será aplicada uma tarifa para os veículos, que pode variar de R$ 3, para uma motocicleta, até R$ 100, para ônibus e caminhões. Haverá também um limite para turistas, que está em fase final de definição, mas, segundo o secretário Carlos Minc, deve ficar em 6 mil frequentadores por fim de semana.
    — O turismo sustentável tem um custo, as pessoas precisam se acostumar com isso. É praticamente o preço de uma cerveja para ter um rio limpo, um parque preservado — destacou Minc.
    A medida será viabilizada graças a uma lei, publicada no Diário Oficial desta sexta-feira, que permite a criação das taxas nas vias conhecidas como estradas-parque. O secretário do Ambiente afirmou que, após a região de Visconde de Mauá, as regras de cobrança e de limitação de acesso serão estendidas para a Estrada Paraty-Cunha, que corta o Parque Nacional da Serra da Bocaina, e passará por obras de pavimentação.
    Apesar de se referir a estradas, a lei publicada ontem abre, segundo Minc, espaço para que, num futuro próximo, a Ilha Grande também tenha regras para controle da quantidade de visitantes, além de cobrança de entrada:
    — Estamos com ações importantes na Ilha Grande, como a construção de quatro estações de tratamento de esgoto e a implementação de uma Unidade de Policiamento Ambiental, que precisarão de verbas para a manutenção. Vamos estudar medidas parecidas com as que estamos adotando em Visconde de Mauá.
    O texto da lei estabelece que todos os recursos arrecadados com a nova taxa devem ser depositados no Fundo Estadual de Conservação Ambiental, voltado especificamente para a conservação dos parques. Moradores e seus parentes, e funcionários que trabalhem nas regiões contempladas poderão se cadastrar para ter acesso gratuito nas rodovias.
    De acordo com o secretário Carlos Minc, o Parque Estadual da Pedra Selada, cortado pela RJ-163, foi o escolhido para ser o primeiro a ter a cobrança de taxas e limite de turistas porque já vem recebendo uma série de ações de conservação.
    — Construímos estações de tratamento, criarmos passagens específicas para animais silvestres, licenciamos um aterro sanitário e disponibilizamos recursos para a coleta seletiva de lixo — disse.
    O Parque da Pedra Selada, que tem 8.036 hectares, foi criado este ano, em junho, na época da Rio+20 e forma um corredor ecológico com o Parque Nacional do Itatiaia e quatro Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs).

    Fonte: O Globo

    quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

    The right to health and environment in times of social exclusion


    Liliana Angel VargasI; Thaís Fonseca Veloso de OliveiraII; Júlia Arêas GarboisII
    IPhD in Collective Health, Adjunct Professor, email:lilianaangel@globo.com
    IIPIBIC scholarship holder, Graduate Student in Nursing, e-mail: tfvo@hotmail.comjuliagarbois@hotmail.com. College of Nursing Alfredo Pinto, Rio de Janeiro Federal University

    ABSTRACT
    This article is a theoretical reflection on the trajectory of the right to health and to the environment in the political Brazilian scenario and in the health sector. It aims to discuss the possibilities of these rights to be effectively guaranteed, out of the rhetorical sphere, in order to structure a fairer and healthier society. We observed that the Brazilian scenario evidences that the complex problems associated to the environmental and health injustices are materialized in social exclusion and environmental degradation, compromising these rights. We concluded that the assurance of these rights is linked to the possibilities of a collective achievement of the Brazilian society, to which Nursing can provide an important contribution.
    Descriptors: health; environment; right to health; environmental health; public health; universal access to health care services; health inequalities; social inequity



    INTRODUCTION
    The Brazilian Constitution of 1988, also known as the Citizen Constitution, included fundamental aspects in the Brazilian political agenda regarding the analysis of the complexity of social dynamics: the right to health and environment.

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    Famílias terão assentamento para deixar terra indígena

    Autor(es): Cleide Carvalho
    O Globo - 20/12/2012

    Área semiurbana é para grupos sem perfil para reforma agrária
    O município de Alto Boa Vista, no Mato Grosso, terá um novo assentamento para abrigar famílias que viviam em Posto da Mata, a área de maior conflito na desocupação das Terras Indígenas Marãiwatsédé. A portaria que cria o assentamento Vida Nova foi publicada ontem no Diário Oficial da União. A área semiurbana tem lotes de um hectare e abrigará 300 famílias.
    - A ideia é assentar as famílias que não têm perfil para os programas tradicionais de reforma agrária. Elas poderão ter alguns animais e plantar, mas combinado com a atividade que já exercem - explica Nilton Tubino, coordenador geral dos Movimentos do Campo e Território da Secretaria Nacional de Articulação Social.
    Segundo Tubino, terão prioridade apenas as famílias que foram notificadas para a desocupação das terras indígenas e que comprovarem residência em Posto da Mata. Dos 183 já cadastrados para receber lotes do programa de reforma agrária, apenas 80 se adequavam ao perfil de trabalhador rural. Até terça-feira, 47 fazendas foram vistoriadas, das quais 21 estavam desocupadas. A operação tem sido tranquila depois da chegada de reforço policial.

    do site clipping

    quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

    Da reprodução do espaço cordial, ou a privatização simbólica da Lagoa Rodrigo de Freitas.


    em homenagem à Professora Ana Clara Torres Ribeiro
    Muito tem sido dito e escrito sobre a influência dos megaeventos no urbanismo. De elogios delirantes às críticas mais incisivas, esta nova face da urbanização pós-moderna tem revelado, no mínimo, que há disputa sobre aquilo que se entende como sendo cidade. Nopost anterior que escrevi neste blog debati o caráter privatizante destes eventos, mais especificamente de um evento nômade, mas constante, que aconteceu este ano e que se repetirá em 2013 no Rio de Janeiro depois de passar ano que vem por Lisboa: o Rock in Rio.
    Retorno a este tema, porém, com outra cena urbana na cidade do Rio de Janeiro que se repete há anos mas, em 2011, deu mais um passo na direção tradicional e conservadora da produção do espaço brasileiro: a Lagoa Rodrigo de Freitas no Natal.
    Não divagarei aqui sobre o significado da árvore de Natal que está lá montada com seus presentes e o que isso representa em relação ao consumo, deixo este debate para os defensores do espírito natalino; a questão central deste post é compreender como aquele espaço se constitui, hoje, em uma forma de reprodução do espaço que tende à privatização em seu nível mais extremo: a privatização simbólica.
    Esta privatização simbólica é um nível avançado e complexo de alteração da paisagem, pois ela tende a naturalizar sua reprodução ao possibilitar sua expansão para outras áreas de modo bastante sutil que se ancora e se legitima na experiência original que converteu o símbolo em transmissão de poder “ignorado como arbitrário” como nos lembrou Bourdieu. O que ocorre na Lagoa pode ser transmitido de diversas formas sem que se perceba claramente esta transmissão.
    A paisagem em questão está se transformando em mais um representante deste urbanismo de eventos que cria a ilusão debatida anteriormente da possibilidade de produção de um espaço público produzido pelo capital. Este fenômeno pode ser considerado como uma das formas de reprodução do espaço cordial que, dentre outras características, pode ser definido como um espaço produzido onde e quando houver a convivência de discursos inconciliáveis que não se evidenciem como tal em forma de conflito. Neste caso, é a suposta homogeneização do público e privado que aparece de forma harmônica recheado de espírito natalino.
    Esta privatização simbólica ocorre justamente porque a árvore de Natal é hoje um símbolo apropriado por um dos maiores bancos do país que consegue conciliar seu logotipo ao tradicional vermelho de dezembro e ao mesmo tempo impor sua imagem a uma das paisagens mais conhecidas e admiradas da cidade do Rio de Janeiro. No mês de dezembro, a Lagoa Rodrigo de Freitas não é pública, mas bancária.
    Para compor e reforçar esta paisagem financeira foram instalados diversos bicicletários em muitos pontos da cidade, dentre eles a orla da Lagoa que deve ser um dos melhores lugares para se pedalar do mundo. Seria muito estranho de minha parte, como um urbanista defensor de novos modos de deslocamento, criticar aqui a colocação destas bicicletas. No entanto, da mesma maneira que a árvore, o problema não se encontra em sua materialidade, mas sim no seu significado: estas bicicletas que se travestem de política pública de transporte são, da mesma forma, apropriadas por mais um banco, disseminando simbolicamente a falsa idéia de que o capital privado pode se conciliar com o uso público do espaço. O próprio clima de competição publicitária que se estabelece no local já é uma prova de que estes microeventos estão privatizando a paisagem que possuía um forte potencial de se tornar um espaço público excelente para a cidade. Obviamente que a Lagoa, assim como diversos outros espaços brasileiros raramente foram públicos por excelência já que esta categoria é praticamente ausente de nossa história urbana, o que ocorre agora é mais uma alteração deste processo que cada vez mais se reforça em nossa sociedade. O caso da privatização do Estádio de Remo da Lagoa também é outra evidência deste reforço da tradição privatizante brasileira, desta vez menos inovador por se tratar de apropriação do espaço sem maiores novidades sutis de simbolismo.
    Esta percepção de que nosso espaço urbano está cada vez mais ausente de espaços públicos que possam ser assim chamados é algo que não deve nos assustar; não se trata de fenômeno recente e não devemos cair na ingenuidade de acreditar que antigamente era melhor, que nossos espaços eram mais democráticos no passado e o uso público do solo já foi, um dia, realidade no Brasil. Nunca foi regra por aqui. A produção deste espaço cordial nunca privilegiou seu uso público e sua reprodução continua se dando de forma similar, sempre sutil e brutal ao mesmo tempo. Não significa, no entanto, que deverá ser assim eternamente, que estamos fadados à privatização fragmentária, silenciosa e que nega o caráter urbano do conflito em nossas cidades. Mas, para reverter este processo é necessário, antes de mais nada, aprender este espaço como ele é, retirar as ilusões a respeito de sua conformação e criticá-lo a partir do que ele nos apresenta para que saibamos, enfim, identificar os problemas adequados à nossa espacialidade e construirmos ferramentas, discursos e ações que partam dessa nossa formação periférica para transformá-la.
    Este post seria, inicialmente, uma forma de comemorar a Menção de trabalho de nosso grupo no Prêmio Capes de Tese de 2010. Trata-se de minha tese: “Ouro Preto, ou a produção do espaço cordial” que foi orientada pela professora Rosângela Lunardelli Cavallazzi: lá trabalhamos o conceito do espaço cordial utilizado aqui neste post.
    No entanto, houve na semana passada uma perda irreparável para a crítica urbana brasileira: a professora Ana Clara Torres Ribeiro. Assim, preferi homenageá-la mantendo o espírito combativo que ela sempre nos ensinou. Além de todo carinho e troca intelectual que ela manteve com diversos membros de nosso LADU, ela foi fundamental na construção da referida tese premiada, sempre me ajudando a compreender a lógica da cordialidade e contribuindo em diversos momentos para sua concretização, inclusive realizando uma das mais inquietantes críticas que recebi durante minha banca de defesa (crítica esta ainda por ser respondida e que me alimenta bastante em meus estudos ainda hoje).
    A professora Ana Clara sempre nos lembrava que não devemos nos espantar com nossa realidade social; antes disso, devemos compreendê-la e, para tal, sempre nos apresentava os pensadores que nos fazem entender a brutalidade e beleza da sociedade brasileira de modo a nos alertar para a importância de reconhecer o que ocorre à nossa volta, para aprendermos a combater as desigualdades de forma mais eficaz. No entanto, não foi nos revelando estes autores e suas teorias que ela mais nos ensinou, mas com sua própria ação que sempre nos deu a certeza de que é possível produzir uma relação social onde a delicadeza não é incompatível com o rigor e com a ação combativa.

    do site direito e urbanismo - LADU – Laboratório de Direito e Urbanismo do PROURB-FAU-UFRJ