O Seminário Internacional Gestão da Água em Situação de Escassez, realizado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), em parceria com o Ministério das Relações Exteriores (MRE) e o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, nos dias 23 e 24 de abril, reuniu especialistas e agentes públicos de todo o Brasil para conhecer as experiências de nove nações convidadas para debater sobre o combate à escassez de água. Participaram do encontro a Austrália, China, Espanha, Estados Unidos, Japão, Israel, Cingapura, Uruguai e México.
Veja a seguir, a íntegra do material apresentado pelos países.
(Por se tratarem de apresentações realizadas em evento internacional, alguns conteúdos estão disponíveis em inglês ou espanhol)
AUSTRÁLIA
A reforma hídrica na Austrália envolveu interesses políticos e econômicos. O desenvolvimento de mercados hídricos foi fator crucial para se ter água disponível para todos. Diante dos problemas enfrentados, a Austrália entendeu que o planejamento para o setor deve transcender para outras agencias governamentais. Foi necessário estabelecer direitos claros, envolver as comunidades e desenvolver sistemas de comercialização da água. Além disso, foi essencial uma estrutura cooperativa e multifacetada.
√ Tema: Arcabouço institucional e de governança, política e regulação | Palestrante: David Downie
√ Tema: Preparação para crises futuras, previsão, planos de contingência e medidas preventivas | Palestrante: Tony Wong
√ Tema: Gestão da escassez utilizando instrumentos econômicos e balanço das demandas; Tecnologias de tratamento de esgotos e efluentes | Palestrante: Stephen Gray
CHINA
A maioria das secas na China aconteceu nos últimos 20 anos. A seca intensa de 2009 a 2011 impactou significativamente a economia do país. Foram adotadas medidas estruturais como investimentos em infraestrutura hídrica; projetos de emergências para secas e de reservação de água; bombeamento/transferência de água e armazenamento. As medidas não estruturais adotadas pelo país estão relacionadas à política e à regulamentação, além do estabelecimento de padrões técnicos para classificação da severidade das secas.
√ Tema: Gestão das secas na China | Palestrante: QuYanping
√ Tema: Instrumentos econômicos para gerenciamento de água na China | Palestrante: Luo Lin
ESPANHA
São princípios gerais da gestão da água na Espanha: a unidade de bacia hidrográfica, o planejamento de longo prazo (revisto a cada seis anos) e a gestão integrada, levando em conta os componentes social, econômico e ambiental. O país desenvolveu um plano especial de alerta à seca. Entre 2001 e 2010, foi estabelecido um plano para o sistema geral de regeneração e reutilização de águas residuais urbanas da região de Murcia, que é o maior projeto de reutilização do mundo, premiado internacionalmente. O país conta com 50 grandes depuradoras.
√ Tema: Gestão da seca em entornos de escassez – a experiência da bacia mediterrânea do Segura | Palestrante: Miguel Angel Ródenas
√ Tema: Experiências no enfrentamento de situações de secas em grandes núcleos urbanos: a gestão eficiente de secas em Madri | Palestrante: Francisco Cubillo
ESTADOS UNIDOS
O foco da apresentação foi o estado da Califórnia, onde há mais água no Norte do que no Sul. Há dependência da água das montanhas (neve) e da chuva. A seca mudou a visão do sistema de abastecimento. O primeiro passo para reverter a situação foi implantar o racionamento de água em 25%, com pagamento adicional de uso excessivo. O racionamento foi significativo e teve uma resistência inicial da população. Mesmo após a passagem do período de seca, as restrições foram mantidas. O trabalho é parar ter água agora e no futuro, com metas para 2017. Os estudos atuais mostram uma demanda constante, estável, resultado da economia e comprometimento dos usuários.
√ Tema: Gestão de situações de seca | Palestrante: Paula Kehoe.
√ Tema: Geração de valor com a tecnologia GE ZeeWeed: reúso de água nas cidades e indústrias como ferramenta para combater a escassez | Palestrante: Marcus Vallero.
√ Tema: Reúso de água usando membranas e tratamento terciário como uma fonte confiável de água para a indústria | Palestrante: Henia
acubowicz
√ Tema: Soluções tecnológicas para atenuar a crise hídrica | Palestrante: Paulo Bom
JAPÃO
No Japão, a seca é um problema social. É utilizado um “Manual geral sobre medidas contra a seca”, dividido em três partes: informações gerais, ações preventivas e ações durante a seca. A seca fez o país economizar água, reduzir a pressão de suprimento e estabelecer a limitação água/hora. Algumas medidas adotadas pelo país foram a gestão da pressão, o controle por medidores, os reparos rápidos nas instalações (detecção e conserto de vazamentos). O Japão adota a reutilização de águas residuais e pluviais.
√ Tema: Gestão da escassez hídrica em serviços públicos de água no Japão | Palestrante: Masahiro Shimomura
√ Tema: Sugestões de TOTO produtos de poupança de água | Palestrante: Ryota Tsuda
√ Tema: Tecnologias de tratamento da água Toray | Palestrante: Marcelo Bueno Prado
√ Tema: Tecnologia de reúso e reciclagem para redução de consumo de água na Oji Holdings | Palestrante: Katsuyukikadota
ISRAEL
A questão hídrica em Israel não pode ser tratada como uma crise, mas uma realidade. Israel possui recursos naturais escassos, mas se vale de outros recursos como a cultura, a inovação e o empreendedorismo. O país tem um déficit de 45% de água. No país, a Lei da Água estabelece, entre outras questões, que o dono da terra não é o dono da água, a precificação da água (preço real para um bem escasso) e o valor arrecadado são aplicados na melhoria da infraestrutura hídrica e rede de abastecimento.
√ Tema: 67 anos superando a crise hídrica | Palestrante: Boaz Albaranes
√ Tema: Equipamentos e sistemas para reúso de efluentes e dessalinização de água do mar | Palestrante: José Roberto Ramos
√ Tema: Como as tecnologias de Big Data podem auxiliar a gestão eficiente de águas urbanas | Palestrante: Vinícius Battistelli Lemos
√ Tema: Gestão de Perdas | Palestrante: Shimon Constante
√ Tema: Sistemas de irrigação de alta eficiência | Palestrante: Carlos Alberto Barth
CINGAPURA
Cingapura é um país pequeno, que não tem território para armazenar água. Considerando o histórico de pouca chuva dos últimos 50 anos, houve a necessidade de desenvolver fontes alternativas de oferta de água: água reutilizada também chamada de nova água, água importada da Malásia, represas para água da chuva e dessalinização. O país conta com 100% de abastecimento de água potável e 100% de saneamento, com instalações modernas que não poluem as fontes hídricas.
√ Tema: História da água em Cingapura | Palestrante: Yapkheng Guan
URUGUAI
O Uruguai é um país pequeno, mas ambientalmente bem posicionado. Está em primeiro lugar da América Latina no abastecimento de água potável, com um atendimento de 98% da população. O país conta com uma empresa de água de 130 anos de história. A empresa se encarrega de levar água potável para todo o país. O país conta com 120 plantas potabilizadoras. Esse sistema permitiu a ampliação do abastecimento. A UPA é transportável e de rápida instalação e funcionamento, sendo uma boa solução para a situação de escassez.
√ Tema: Plantas potalizadoras compactas e móveis para situações de emergências ou definitivas | Palestrante: Emílio Gonzáles
:: ASSISTA TAMBÉM: Vídeo sobre plantas potabilizadoras
MÉXICO
O México é um país com baixa disponibilidade hídrica e uma má distribuição de água no seu território, com uma concentração ao Sul do país. O modelo de planejamento e gestão da água contempla também o enfrentamento das secas. Cada região hidrográfica possui um programa específico de medidas contra a falta d'água. Assim, o governo consegue manter a população informada. O México tem uma experiência de sucesso na área de pagamento por serviços ambientais, chamado Fundo da Água, que envolve governo, setor privado e sociedade civil. O Fundo da Água tem como objetivo demonstrar a importância da preservação dos ecossistemas para a segurança hídrica.
√ Tema: Problemática da água no México | Palestrante: Jorge Macedo
√ Tema: Fundos de Água como contribuição à segurança hídrica no México | Palestrante: Fernando Veiga
Veja a seguir, a íntegra do material apresentado pelos países.
(Por se tratarem de apresentações realizadas em evento internacional, alguns conteúdos estão disponíveis em inglês ou espanhol)
AUSTRÁLIA
A reforma hídrica na Austrália envolveu interesses políticos e econômicos. O desenvolvimento de mercados hídricos foi fator crucial para se ter água disponível para todos. Diante dos problemas enfrentados, a Austrália entendeu que o planejamento para o setor deve transcender para outras agencias governamentais. Foi necessário estabelecer direitos claros, envolver as comunidades e desenvolver sistemas de comercialização da água. Além disso, foi essencial uma estrutura cooperativa e multifacetada.
√ Tema: Arcabouço institucional e de governança, política e regulação | Palestrante: David Downie
√ Tema: Preparação para crises futuras, previsão, planos de contingência e medidas preventivas | Palestrante: Tony Wong
√ Tema: Gestão da escassez utilizando instrumentos econômicos e balanço das demandas; Tecnologias de tratamento de esgotos e efluentes | Palestrante: Stephen Gray
CHINA
A maioria das secas na China aconteceu nos últimos 20 anos. A seca intensa de 2009 a 2011 impactou significativamente a economia do país. Foram adotadas medidas estruturais como investimentos em infraestrutura hídrica; projetos de emergências para secas e de reservação de água; bombeamento/transferência de água e armazenamento. As medidas não estruturais adotadas pelo país estão relacionadas à política e à regulamentação, além do estabelecimento de padrões técnicos para classificação da severidade das secas.
√ Tema: Gestão das secas na China | Palestrante: QuYanping
√ Tema: Instrumentos econômicos para gerenciamento de água na China | Palestrante: Luo Lin
ESPANHA
São princípios gerais da gestão da água na Espanha: a unidade de bacia hidrográfica, o planejamento de longo prazo (revisto a cada seis anos) e a gestão integrada, levando em conta os componentes social, econômico e ambiental. O país desenvolveu um plano especial de alerta à seca. Entre 2001 e 2010, foi estabelecido um plano para o sistema geral de regeneração e reutilização de águas residuais urbanas da região de Murcia, que é o maior projeto de reutilização do mundo, premiado internacionalmente. O país conta com 50 grandes depuradoras.
√ Tema: Gestão da seca em entornos de escassez – a experiência da bacia mediterrânea do Segura | Palestrante: Miguel Angel Ródenas
√ Tema: Experiências no enfrentamento de situações de secas em grandes núcleos urbanos: a gestão eficiente de secas em Madri | Palestrante: Francisco Cubillo
ESTADOS UNIDOS
O foco da apresentação foi o estado da Califórnia, onde há mais água no Norte do que no Sul. Há dependência da água das montanhas (neve) e da chuva. A seca mudou a visão do sistema de abastecimento. O primeiro passo para reverter a situação foi implantar o racionamento de água em 25%, com pagamento adicional de uso excessivo. O racionamento foi significativo e teve uma resistência inicial da população. Mesmo após a passagem do período de seca, as restrições foram mantidas. O trabalho é parar ter água agora e no futuro, com metas para 2017. Os estudos atuais mostram uma demanda constante, estável, resultado da economia e comprometimento dos usuários.
√ Tema: Gestão de situações de seca | Palestrante: Paula Kehoe.
√ Tema: Geração de valor com a tecnologia GE ZeeWeed: reúso de água nas cidades e indústrias como ferramenta para combater a escassez | Palestrante: Marcus Vallero.
√ Tema: Reúso de água usando membranas e tratamento terciário como uma fonte confiável de água para a indústria | Palestrante: Henia
acubowicz
√ Tema: Soluções tecnológicas para atenuar a crise hídrica | Palestrante: Paulo Bom
JAPÃO
No Japão, a seca é um problema social. É utilizado um “Manual geral sobre medidas contra a seca”, dividido em três partes: informações gerais, ações preventivas e ações durante a seca. A seca fez o país economizar água, reduzir a pressão de suprimento e estabelecer a limitação água/hora. Algumas medidas adotadas pelo país foram a gestão da pressão, o controle por medidores, os reparos rápidos nas instalações (detecção e conserto de vazamentos). O Japão adota a reutilização de águas residuais e pluviais.
√ Tema: Gestão da escassez hídrica em serviços públicos de água no Japão | Palestrante: Masahiro Shimomura
√ Tema: Sugestões de TOTO produtos de poupança de água | Palestrante: Ryota Tsuda
√ Tema: Tecnologias de tratamento da água Toray | Palestrante: Marcelo Bueno Prado
√ Tema: Tecnologia de reúso e reciclagem para redução de consumo de água na Oji Holdings | Palestrante: Katsuyukikadota
ISRAEL
A questão hídrica em Israel não pode ser tratada como uma crise, mas uma realidade. Israel possui recursos naturais escassos, mas se vale de outros recursos como a cultura, a inovação e o empreendedorismo. O país tem um déficit de 45% de água. No país, a Lei da Água estabelece, entre outras questões, que o dono da terra não é o dono da água, a precificação da água (preço real para um bem escasso) e o valor arrecadado são aplicados na melhoria da infraestrutura hídrica e rede de abastecimento.
√ Tema: 67 anos superando a crise hídrica | Palestrante: Boaz Albaranes
√ Tema: Equipamentos e sistemas para reúso de efluentes e dessalinização de água do mar | Palestrante: José Roberto Ramos
√ Tema: Como as tecnologias de Big Data podem auxiliar a gestão eficiente de águas urbanas | Palestrante: Vinícius Battistelli Lemos
√ Tema: Gestão de Perdas | Palestrante: Shimon Constante
√ Tema: Sistemas de irrigação de alta eficiência | Palestrante: Carlos Alberto Barth
CINGAPURA
Cingapura é um país pequeno, que não tem território para armazenar água. Considerando o histórico de pouca chuva dos últimos 50 anos, houve a necessidade de desenvolver fontes alternativas de oferta de água: água reutilizada também chamada de nova água, água importada da Malásia, represas para água da chuva e dessalinização. O país conta com 100% de abastecimento de água potável e 100% de saneamento, com instalações modernas que não poluem as fontes hídricas.
√ Tema: História da água em Cingapura | Palestrante: Yapkheng Guan
URUGUAI
O Uruguai é um país pequeno, mas ambientalmente bem posicionado. Está em primeiro lugar da América Latina no abastecimento de água potável, com um atendimento de 98% da população. O país conta com uma empresa de água de 130 anos de história. A empresa se encarrega de levar água potável para todo o país. O país conta com 120 plantas potabilizadoras. Esse sistema permitiu a ampliação do abastecimento. A UPA é transportável e de rápida instalação e funcionamento, sendo uma boa solução para a situação de escassez.
√ Tema: Plantas potalizadoras compactas e móveis para situações de emergências ou definitivas | Palestrante: Emílio Gonzáles
:: ASSISTA TAMBÉM: Vídeo sobre plantas potabilizadoras
MÉXICO
O México é um país com baixa disponibilidade hídrica e uma má distribuição de água no seu território, com uma concentração ao Sul do país. O modelo de planejamento e gestão da água contempla também o enfrentamento das secas. Cada região hidrográfica possui um programa específico de medidas contra a falta d'água. Assim, o governo consegue manter a população informada. O México tem uma experiência de sucesso na área de pagamento por serviços ambientais, chamado Fundo da Água, que envolve governo, setor privado e sociedade civil. O Fundo da Água tem como objetivo demonstrar a importância da preservação dos ecossistemas para a segurança hídrica.
√ Tema: Problemática da água no México | Palestrante: Jorge Macedo
√ Tema: Fundos de Água como contribuição à segurança hídrica no México | Palestrante: Fernando Veiga