O estudo “Hyperdominance in the Amazonian Tree Flora”, publicado em 18 de outubro de 2013 na revista Science, estima que a Amazônia abriga 16 mil espécies de árvores, e que metade de todas as árvores da floresta, cujo total pode chegar a 400 bilhões, pertence a apenas 1% das espécies. Ou seja, há 227 espécies hiper-dominantes de árvores naquele bioma. A pesquisa envolveu especialistas de 120 instituições de todo o mundo, incluindo 25 pesquisadores brasileiros, entre os quais o diretor de Pesquisas Científicas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rogério Gribel.
O estudo foi liderado por Hans ter Steege, pesquisador do Naturalis Biodiversity Center, no sul da Holanda, e resulta da análise de dados de 1.170 levantamentos florestais em todos os principais tipos florestais da Amazônia. “Esta meta-análise chama a atenção, de forma pioneira, não somente para a ocorrência de cerca de duas centenas de espécies dominantes na floresta amazônica, mas também para a existência de milhares de espécies que são naturalmente muito raras, e que contribuem com a maior parte da diversidade das árvores da floresta” diz Rogério Gribel.
Os dados da pesquisa não revelam a razão pela qual 227 espécies são hiper-dominantes. Entre as possíveis explicações, os autores sugerem que algumas dessas espécies talvez sejam comuns por terem sido cultivadas pelos grupos indígenas antes de 1492, mas isso ainda é um assunto em discussão. Uma questão que instiga os pesquisadores, segundo Gribel, é como as populações das outras espécies, extremamente raras e que têm contribuição desproporcional para a riqueza total da floresta, conseguem se manter.
site do JBRJ
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