Símbolo da Amazônia, o boto-cor-de-rosa pode se tornar uma espécie ameaçada. A pesca da piracatingaColophysus macropteros, peixe necrófago (alimenta-se de carne morta) está em expansão na Amazônia, e representa uma importante atividade econômica. Porém, o método de captura deste peixe é preocupante pois utiliza carcaças de animais em decomposição como isca: a carne do boto-cor-de-rosa e de jacarés são os preferidos. Estima-se que cerca de 1.500 botos são mortos por ano para servir de isca para a piracatinga. Técnicas de pesca variam entre as comunidades, mas o método mais popular envolve um pescador que está parcialmente submerso pela margem do rio, enquanto segura um pedaço de carne em decomposição, capturando o peixe com a mão. Atendendo à recomendação expedida pelo Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) o Ministério da Pesca e Aquicultura anunciou um decreto de suspensão da pesca da piracatinga na região amazônica pelo período de cinco anos, a partir de janeiro de 2015.
Essa medida foi assinada pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Eduardo Lopes, e pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, no último dia 22 de maio, mas ainda não foi publicada no Diário Oficial da União (DOU). A instrução normativa também prevê a pesca de subsistência dos pescadores artesanais, que poderão capturar até cinco quilos do peixe por dia, para seu consumo e de sua família. Já os barcos pesqueiros não poderão levar essa espécie para o porto, mesmo os peixes capturados incidentalmente já mortos. A fiscalização conta com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Como não existem estimativas sobre a abundância e distribuição dos botos nas bacias do Amazonas e Orinoco, não é claro qual a percentagem total da população de botos que está sendo afetada. Saiba mais sobre o uso do boto-cor-de-rosa como isca acessando o link.
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